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Carne bovina brasileira: qualidade para se comer e exportar!

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Recentemente, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, anunciou um acordo comercial do Brasil com a Malásia para exportar carnes bovina, suína e de frango para o país.

O Ministro, que estava em uma missão na Ásia, já havia anunciado, também no mês de setembro, a abertura do mercado do Vietnã para estas carnes. Ambos os acordos, no entanto, ainda dependem de visitas técnicas de equipes especializadas dos países para liberação.

A Malásia e o Vietnã fazem parte do Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), segundo maior bloco comercial do mundo, com um PIB de US$ 2,6 trilhões. Só o Vietnã soma 94 milhões de habitantes.  Acompanhado de 35 empresários de 12 setores do agro, a missão ainda contemplou/contemplará a China, Coreia do Sul, Hong Kong, Tailândia, Myanmar e Índia.

Os países asiáticos são os principais países de destino do agronegócio brasileiro, correspondendo a 45% do total exportado, e a aliança com estes mercados trará, sem dúvidas, consequências positivas para a pecuária brasileira.

Por outro lado, a China anunciou a suspensão parcial do embargo sobre alguns produtos americanos à base de carne bovina. Após 13 anos de proibição, a Agência Chinesa para o Controle de Qualidade, Inspeção e Quarentena informou que permitirá a importação de produtos com ou sem osso, de animais com menos de 30 meses, com as condições de que os produtos “respondam às exigências chinesas sobre rastreabilidade, inspeção e quarentena”. No entanto, para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, a abertura do mercado de carne bovina chinês para os americanos não traz riscos ao Brasil mas, pelo contrário, pode servir de estímulo para a produção brasileira agregar valor ao produto.

Segundo o Rabobank, a China deve consumir 2,2 milhões de toneladas adicionais de carne bovina até 2020, sendo 20% do total importada. E o país se tornou nosso principal parceiro comercial de carne vermelha, desde junho de 2015, quando os embarques de carne bovina in natura brasileira foram retomados. No país, temos 16 plantas autorizadas a exportar e 40 já credenciadas pelo Ministério da Agricultura aguardam aprovação da China. Desta forma, os chineses já consomem 32% da carne bovina comercializada pelo Brasil.

Até o final do ano, O Brasil pode receber mais 15 missões veterinárias de vários países, como o Chile, Cuba e Bolívia (já confirmados). O objetivo destas delegações é avaliar o serviço de inspeção federal e os controles de forma a autorizar/revalidar, ou não, novas/antigas habilitações à exportação de produtos brasileiros de origem animal.

Do lado da oferta, a Austrália, grande produtora de carne, seja por volume ou qualidade, enfrentou recentemente um período forte de seca, esta que reduziu sua oferta e possibilitou ao Brasil uma oportunidade de conquistar outros novos mercados.

A também recente abertura do mercado dos EUA para a carne bovina brasileira significou o reconhecimento dos esforços realizados para aprimorar a qualidade da nossa carne. Há 14 estados brasileiros aptos a exportar carne para os EUA, sendo 25% concentrado no Mato Grosso. Se o mercado americano é referência para muitos países e eles estão mais receptivos a nossa carne, a possibilidade de conquistarmos outros mercados exigentes aumenta.

Assado de tira da Marfrig, uma das empresas exportadoras de carne in natura para os EUA. Fonte: Blog da Carne
Assado de tira da Marfrig, uma das empresas exportadoras de carne in natura para os EUA.
Fonte: Blog da Carne

A tendência é que o setor se uma cada vez mais para investir em tecnologia, sanidade e garantia de qualidade da carne. Para ser mais competitiva, não basta apenas investir em quantidade, em produzir volumes de um produto commodity, mas de agregar valor e diferenciar. Assim, cada vez mais, a pecuária brasileira que investe em genética, manejo, nutrição e sustentabilidade se torna protagonista no mercado mundial.

E o que muda para nós consumidores?

Quanto mais se investe em carne de qualidade, melhor para nós. É evidente que não apenas o mercado externo deve ser responsável por tal demanda, como os consumidores brasileiros devem também exigi-la! Mas, a boa notícia é que há uma movimentação forte do setor em produzir uma carne melhor! A cada dia, novas marcas entram no mercado, o varejo (supermercados, restaurantes) também mais, a indústria, que produz em escala, procura melhorias de processo, e o pecuarista investe em aprimorar seu modo de produção.

A carne é cada vez mais forte!

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Juh Chini

Mestre em Gestão Internacional na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Economista na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ-USP). Fundadora do Blog da Carne, Líder de Inteligência de Marketing na @Tech, viajante, palmeirense e apaixonada por churrasco, família, amigos e uma mesa de bar. "A vida é a arte do encontro!"

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