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Crônica: Bem passada ou ao ponto?

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Para ajudar os amigos açougueiros e churrasqueiros neste finalzinho de ano…

Por: Tobias Ferraz*

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Foto: Tobias Ferraz.

Imagine a cena: comecinho do churrasco de domingo com a família e os amigos, quando você pega da grelha uma lasca de picanha, traz até a tábua, fatia as primeiras tiras, leva à boca e aprova o resultado. A mensagem que o seu cérebro recebe é a seguinte: aqui tem sabor, maciez e suculência. Não parece, mas essa situação tão comum em muitos lares brasileiros é resultado de um tanto bom de alta tecnologia.

O “produtor de carne”, também conhecido como pecuarista, hoje monta num cavalo com a mesma facilidade com que domina os códigos genéticos da boiada para selecionar e identificar os melhores produtos.
O mesmo acontece com o capim escolhido e semeado pelo produtor rural para oferecer ao gado. No Brasil, quase 100% da boiada é criada a pasto, é o chamado “Boi Verde”, criado bem ao natural, sem antibióticos e hormônios. Isso traz uma característica muito peculiar ao sabor e que torna a carne produzida aqui muito agradável ao paladar.

Hoje o pecuarista compra semente de capim pelo “DNA”, porque uma minúscula semente – do tamanho da metade de um grão de arroz – traz informações importantes como por exemplo: o tipo de solo e época ideal para plantio, qual a região e clima do país são mais indicados para a semeadura, altura de crescimento, porcentagem de proteína e a quais pragas e doenças essa espécie de capim é resistente. Tudo isso está no código genético da semente e descrito na embalagem do produto.
A sua aventura gastronômica de final de semana é fruto de um sofisticado processo. Para chegar à picanha macia, suculenta e saborosa, um grupo de profissionais superespecializados dedicou um tempão em pesquisas, experimentos e testes, para colocar na sua grelha um corte especial e à prova de olho gordo de vizinho. A carne que todo brasileiro tem acesso hoje, e produzida aqui mesmo – made in brazil – é um produto que tem alta qualidade.

É por isso que os especialistas em carne não gostam que se diga que tal carne é de primeira ou de segunda, pois o boi produz o mesmo tipo de proteína em todos os cortes. O importante é conhecer a “vocação” do corte que você escolheu e a forma de preparar. Tem corte que vai bem na grelha e outro que é melhor na panela, tem corte que vira um excelente hamburger, tão bom que vai fazer de você um legítimo chefe de cozinha nova-iorquino .
Então, não se esqueça, no próximo fim de semana, escolha bem a carne para seu churrasco. Na dúvida, pode chamar um consultor, e saiba que eu gosto da cerveja bem gelada.

*Jornalista especializado em jornalismo rural, aceita convites para degustar churrascos. Artigo originalmente publicado no Jornal Metro.

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Juh Chini

Mestre em Gestão Internacional na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Economista na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ-USP). Fundadora do Blog da Carne, Líder de Inteligência de Marketing na @Tech, viajante, palmeirense e apaixonada por churrasco, família, amigos e uma mesa de bar. "A vida é a arte do encontro!"

1 comentário

  1. É exatamente como eu gosto: beeeem macia, douradinha por fora, suculenta por dentro, sem estar rosada e não esturricada. Boi vivo só no pasto

     

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