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Gaúchos devem consumir 50 toneladas de carne no Acampamento Farroupilha

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Piquetes mantêm viva a tradição do churrasco no Acampamento Farroupilha

Já no início do dia, as brasas ardem no Acampamento Farroupilha, no Parque da Harmonia, em Porto Alegre. No espeto estão a costela e a carne de ovelha, que serão saboreadas durante horas. Uma das principais manifestações da cultura gaúcha não podia ficar de fora dos festejos. Os 351 piquetes ali montados devem consumir 50 toneladas de carne até o 20 de setembro.

O costume virou ritual. O sal é o tempero. O fogo é alimentado pela madeira. E tambem é preciso observar o tempo correto para virar a carne, que é determinado pelo assador. É da habilidade dele que depende o sabor do assado. Um trabalho que requer paciência.

Paulo Freire, patrão de um piquete instalado no parque, calcula que entre seis e sete horas é o tempo necessário para um bom assado de porco. Na manhã de sábado (9), ele conversou com a reportagem da RBS TV enquanto assava um leitão. “Sempre olho, mexendo e dosando fogo. Não podemos deixar labareda. Sempre fogo brando para ir cozinhando, depois vira e faz a pururucagem da pele dele. E o pesssoal fica satisfeito!”

Se precisar sair de perto, ele retorna à churrasqueira o mais rápido possível, para cuidar do fogo e do assado. “Durante seis horas eu tenho compromisso com esse leitão aqui e com pessoal que vem aqui para saboreá-lo”.

A demanda é alta, e os açougueiros aproveitam a boa época. “Tem gente que vai [ao açougue] três vezes por dia”, diz Claudio Moraes. Segundo ele, a todo momento há clientes. Costela é o corte mais procurado. “O mesmo comprador vem de manhã, de tarde e de noite. Chega no final ‘arrebentado’, mas compra igual”, afirma ele, bem-humorado.

O arqueólogo Ranielly Gomes explica de onde esse hábito vem. “A gente faz um churrasco que é originário da América do Sul. Com nossos indígenas, o europeu começou a assar a carne assim. Logo depois que, claro, os jesuítas trouxeram gado para as Missões. Daí os guaranis começaram a assar dessa forma”. Os gaúchos mantiveram esse hábito.

“É cultural, obviamente. A gente aprende a fazer dessa forma, mas é um sentimento muito legal de estar replicando o que nossos antepassados fizeram há bastante tempo”.

E churrasco serve só para janta ou almoço? Não no Acampamento Farroupilha. “Sem horário. Chegou aqui das oito da manhã à meia-noite, sempre tem carne no fogo”, observa o patrão de outro piquete, Lindomar Zimmer. Segundo ele, são 24 horas de fogo ligado, alimentado por lenha. E não enjoa? “Nunca. Gaúcho não enjoa de carne. Nunca vai enjoar”, conclui o patrão.

Foto e Fonte: RBS TV/Globo

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