carne bovina

Inovações do mercado mundial de carnes  

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Novas técnicas e inovações do mercado internacional de Industrialização da Carne foram discutidas no último setembro no evento Mercoagro 2016,  uma das maiores feiras do mundo em fornecimento de insumos para a indústria cárneo-alimentícia.

Julguei interessante dividir com vocês essas tendências e novidades. A iniciativa da feira é coordenada pelo Senai Chapecó, entidade vinculada à Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), e reuniu aproximadamente 400 participantes. A programação do seminário anual contempla palestras nacionais e internacionais e, ainda, sessão de pôsteres-resumos de temas da atualidade, o que torna a Mercoagro uma referência para técnicos da indústria de carnes.

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Como para nós é importante, como atualização e acompanhamento do setor, seguem aqui alguns pontos altos do que foi discutido por lá:

PROTEÍNA ANIMAL

“Proteína animal: cenário atual e perspectivas” foi o tema apresentado por Ariel Antônio Mendes, diretor de relações internacionais da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Mendes enalteceu que o Brasil é um case de sucesso no agronegócio. Para justificar a afirmativa explicou que em alguns produtos o País tem produtividade maior que a média mundial. O Brasil é o 4º maior exportador mundial, principalmente, de açúcar, café, laranja, soja, carne bovina e de frango.

A produção da carne bovina representa 58 milhões de toneladas/anual. No Brasil, o rebanho é de 209 milhões de cabeças, com abate de 39 milhões/toneladas e exportação, principalmente, para Rússia, Egito e Europa. Mendes ressaltou as perspectivas do setor, como evolução do confinamento, que reflete 5 milhões de cabeça/ano. Entre os desafios estão melhorar a taxa de desfrute anual, substituir as pastagens degradas, retirar a vacina contra febre aftosa e ampliar o confinamento dos animais.

APLICAÇÃO DE ANTIOXIDANTES

O cientista líder da equipe de aplicação de antioxidantes naturais em produtos cárneos do Laboratório Central de Aplicação da Kalsec – Kalamazzo (USA), Dr. Poulson Joseph, abordou “Shelf-Life Enhancement of Meat Products – Exploring Basic Mechanisms, Clean Label Challenges & Opportunities”.

Joseph enfatizou que a temperatura e a embalagem são fatores primordiais para o processamento de produtos cárneos. “Por isso, é fundamental gerenciar o antioxidante, que inibe ou atrasa a oxidação, seja do sabor ou da química”.

O cientista também explicou sobre a oxidação lipídica e de proteínas ou de pigmentos, que estão conectadas, o que comprova a necessidade de utilização de antioxidantes que inibem ação no sabor ou na cor. “Com a utilização de antioxidantes naturais é possível estender o sabor da carne fresca ou curada. Porém, é preciso analisar sua aplicação uma vez que os extratos de ervas possuem muitos sabores dos quais pode não agradar todos os paladares, por isso a necessidade de analisar a compatibilidade do produto com o processo. O desafio é criar mais proteínas para o consumo da população”, explicou.

NOVIDADES

“Inovação em filmes e embalagens para produtos cárneos” foi a temática apresentada pelo gerente de tecnologia na Poly-Chip System, Fernando Baldini. A ênfase foram os produtos Cook and Ship – tripas plásticas multicamadas com barreira.

Exemplo do processo é o presunto, que possibilita aplicação de aproximadamente 15 tipos de aroma de fumaça líquida de diferentes tipos de intensidades de aromas e tonalidades de coloração. Baldini destacou a aplicação e as possibilidades de automação com o objetivo de eficiência na aplicação e otimização de recursos.

BEM-ESTAR ANIMAL

“Bem-estar dos animais de produção” foi o tema apresentado pelo sócio e consultor da empresa BEA Consultoria e Treinamento na produção animal, Victor Abreu de Lima. Em sua expressão o consultor questionou os participantes sobre: o que é bem-estar animal? É uma ciência que tem objetivos baseados na pesquisa ou é ativismo, que está baseado em princípios filosóficos? Conforme o consultor os dois argumentos estão corretos.

“O conceito de bem-estar refere-se ao estado de organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao seu ambiente. Este estado envolve todas as situações, da normalidade as situações de risco, que podem ser classificados de excelente a terrível. Porém, a questão fundamental é encontrar o ponto de equilíbrio entre a produção e o bem-estar animal”, enfatizou.

Conforme o consultor, entre os indicadores de bem-estar animal estão: boa alimentação, bom alojamento, boa saúde e comportamento apropriado. “Atualmente, se avalia até mesmo como o animal reage perante ao manipulador, por isso a avaliação envolve comportamentos, condição fisiológica e sentimentos “senciência”, que refletem diretamente no resultado da qualidade da carne”.

Links relacionados:

Produção de Carne Certificada

Bem estar animal

 

Fonte:

Mercoagro 2016 (Feira Internacional de Negócios, Processamento e Industrialização da Carne)

Organizada pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) e prossegue até sexta-feira (16) no Parque de Exposições Tancredo Neves, em Chapecó (SC). O horário de visitação é das 14 às 21 horas.

A feira conta com o apoio institucional do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), do Centro de Tecnologia de Carnes do ITAL, da Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carne do Estado de Mato Grosso do Sul (Assocarnes), Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV/SIPARGS), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Comerc Energia entre outras instituições.

 

 

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Mirella Cais

Mestre em Gestão Internacional na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Engenheira Agronôma pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP Jaboticabal). Associada à Biomarketing, TCAinternacional e Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM. Produtora/apresentadora do Programa Agrossociedade a Nova Geração.

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