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Certificação de origem, cortes nobres, carnes gourmet, carnes premium, carnes nobres, boutiques de carne, churrasco gourmet, rastreabilidade, açougue gourmet, produção monitorada… Independente da forma como chamamos esse nicho de mercado, o fato é que apesar da crise o continuamos em franca expansão da produção. A carne brasileira é uma das preferidas e por isso listamos abaixo alguns dos motivos para acreditar e investir nesse mercado.

Consumidor exigente

Dispostos a inserir no cardápio garantia de maciez, sabor e origem da carne, os consumidores sofisticaram seus paladares e passaram a ficar mais atentos a rastreabilidade, marcas e rótulos de cortes nobres de carne. O consumidor brasileiro encontra-se em uma fase em que ele está preocupado em aprender a comer carne, processo que já aconteceu com o vinho, por exemplo. Além disso, está cada vez mais atento ao tipo de produto que ele vai comprar, presta atenção no que está na prateleira, quer qualidade e até está disposto a pagar um pouco mais por um produto que ele percebe que é melhor. Em outros países, por exemplo, o conceito de qualidade já funciona a muito tempo,  o consumidor não compra produtos de qualidade inferior, isto faz com que só exista no mercado produtos de alta qualidade, assim o preço em geral, também acaba caindo. 

Mercado em expansão

Muita gente considera essa ideia nova. Mas já é bem antiga. Em 1978, há 34 anos atrás, a associação de criadores de Angus dos EUA criou uma marca de carne, a Certified Angus Beef. É a principal marca de carne bovina daquele país, um exemplo de sucesso e uma inspiração para inúmeros outros projetos de marcas de carne bovina de outras raças e de outros produtores.

Ao comprovar a relação direta entre renda pessoal e consumo de proteína animal, os brasileiros contribuem dia a dia pra o crescimento do mercado de carne premium – puxado especialmente por raças bovinas britânicas, carré de cordeiro e picanha suína.

Segundo dados da Associação Brasileira de Criadores de Angus, em 2015, o abate de animais da raça cresceu 21% em comparação com 2014. Isso nos mostra uma forte tendência de crescimento do mercado, mesmo em um momento de crise.

Considerando todas as carnes do mercado, o consumo médio per capita no Brasil no ano de 2015 foi de 94 quilos, conforme a consultoria em agronegócios Informa Economics FNP. O volume consumido é o segundo maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com 103 quilos. À medida que mais pessoas ascenderam economicamente no País, as condições de acesso à carne vermelha também cresceu, e com ele a exigência de qualidade e a vontade de aprender a comer novos cortes e sabores.

A carne, em um futuro bem próximo, deixará de ser uma commodity para ser classificada conforme a carcaça, índice de marmoreio, idade do animal e marca do produto. 

Criar boi é caro

É pouco falado no Brasil mas, produzir boi é caro, difícil e demorado.  Somos excelência em produzir gado de corte. Muitos outros países estão diminuindo sua produção de bovinos de corte por não terem os mesmos recursos e a mesma eficiência que o Brasil. Outros países já descobriram que custa muito dinheiro, tempo e esforço produzir carne bovina. Como podemos ganhar dinheiro produzindo algo caro? A resposta está em vender qualidade, sabor e experiência. O consumidor prefere carne. Quando pode escolher, quando tem dinheiro no bolso, quando quer comemorar, a escolha é sempre carne vermelha. 

Mercado de carnes e certificação 

A valorização do mercado de carnes vem sendo alimentada com a ajuda de programas de certificação de raças – que garantem a qualidade e a procedência de produtos normalmente embalados a vácuo. Uma das iniciativas, da raça angus, teve início no Rio Grande do Sul há uma década – com abate de 20 mil animais.  

A certificação pode ser entendida como garantia de que o produto atende às especificações de qualidade preestabelecidas e reconhecidas.  Os consumidores de carne bovina hoje já preferem produtos com selo de garantia de maciez de carne, por exemplo, o que confirma a valorização de um atributo intrínseco ao alimento, e ainda, estão dispostos a pagar mais por alimentos que tenham certificados de garantia de qualidade e produção.

 

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Mirella Cais

Mestre em Gestão Internacional na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Engenheira Agronôma pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP Jaboticabal). Associada à Biomarketing, TCAinternacional e Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM. Produtora/apresentadora do Programa Agrossociedade a Nova Geração.

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