Carne bovina faz mal? – Parte I

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Muito se tem falado sobre o consumo de carne bovina. E, na maioria, das vezes, falam mal. Afirmações como “carne faz mal”, “carne engorda”, “comer carne dá doença no coração”. Mas, afinal, será verdade?

O Blog da Carne buscou uma série de artigos e inicia uma nova série, na qual vamos procurar saber até onde essas afirmações são verdade.

Para começar, nada melhor do que recorrer a um médico para responder as perguntas relacionadas à saúde.

Drauzio Varella é médico cancerologista formado na USP e um dos pioneiros no Imagemtratamento da AIDS. Trabalhou como volunetário na Casa de Detenção do Carandiru e agora realiza trabalhos na Penitenciária Feminina de São Paulo. Publicou livros e participou de séries sobre o corpo humano na Rede Globo.

Em seu site, reúne uma série de artigos, na qual, alguns deles tratam da carne bovina.

No artigo “A malfalada carne”, o médico conta que Depois da Segunda Guerra, os norte-americanos ficaram surpresos com a alta incidência de infartos em homens de meia-idade e em mulheres na menopausa. Qual seria a explicação para esses casos? Certamente algo que o homem moderno andava fazendo de errado, pensaram logo.

Nos anos 1960, a contracultura atribuía à vida urbana os males que afligiam a humanidade. Muitos pregavam a alimentação vegetariana (sem defensivos químicos, é claro) como essencial à saúde plena. Nessa época, a ciência já havia demonstrado que:

1) a causa do infarto é a obstrução das artérias que irrigam o músculo cardíaco (coronárias), por placas que contêm colesterol;

2) o colesterol possui duas frações: uma delas protetora, outra potencialmente perigosa: o “bom”, ou HDL, e o “mau”, ou LDL;

3) gorduras saturadas, como as contidas na carne vermelha, no leite, nos queijos e nas frituras, provocam aumento do LDL, o colesterol “ruim”. Cortá-las da dieta faz o colesterol cair. Pouco, porém, não mais do que 10%;

4) cerca de metade dos ataques cardíacos ocorrem em pessoas com colesterol normal;

5) o risco de infarto não é o mesmo em todos os países. Finlandeses e escoceses, por exemplo, correm risco maior. Por causa da gordura na dieta, concluíram todos, sem lembrar que, entre os povos do Mediterrâneo, o consumo de gordura animal aumentou nos últimos 30 anos, enquanto a mortalidade por infarto diminuiu proporcionalmente.

Descontadas as pessoas que, por razões genéticas, apresentam LDL muito elevado e, de Imagemfato, correm um pouco mais de risco de ataque cardíaco mesmo com aumentos pequenos nesses valores – e por isso precisam comer menos gordura animal -, para as demais, a grande maioria da população, nenhum dos estudos realizados para provar que a ingestão de carne interfere na longevidade teve êxito.

Alguma coisa temos de comer, não é lógico? Se não for carne, será o quê? Como não é fácil substituir o bife do almoço por uma saladinha, sem carne atacamos pães, arroz, macarrão e doces, alimentos ricos em carboidratos, menos calóricos do que a carne, é verdade, mas devorados em quantidades muito maiores, compulsivamente muitas vezes, como se faz com bolos, sanduíches e chocolates.

O caso americano é didático: em 1980, cerca de 40% das calorias ingeridas na dieta vinham da gordura animal. Depois de 20 anos de campanha feroz contra a carne, reduziu-se esse número para 34% no ano 2000. Pela lógica, as pessoas deveriam ter emagrecido, já que cortaram um alimento altamente calórico! O que aconteceu? Em 1980, a obesidade afligia 14% dos americanos, hoje ultrapassou 22%.

Engordar piora o perfil lipídico, aumenta a probabilidade de desenvolver diabetes, de ter pressão alta e de levar vida sedentária. Esses, sim, são fatores que provocam risco de ataques cardíacos, de derrames cerebrais e de morte precoce.

Com exceção da citada minoria de pessoas com níveis muito elevados de LDL, prometer saúde e longevidade a todos os que deixarem de comer carne, sem evidência científica de que isso seja possível, é apenas um dogma. Está na hora de abandoná-lo.

Fonte: A malfalada carne, por Drauzio Varella, resumido e adaptado por Juliana Chini (Acesso em 13 jun. 2013).
Link do artigo: http://drauziovarella.com.br/drauzio/a-malfalada-carne/

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Juh Chini

Mestre em Gestão Internacional na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Economista na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ-USP). Fundadora do Blog da Carne, Líder de Inteligência de Marketing na @Tech, viajante, palmeirense e apaixonada por churrasco, família, amigos e uma mesa de bar. "A vida é a arte do encontro!"

3 Comentários

  1. Na minha opinião, uma das ideias seria trocar a carne gorda (carne vermelha), pela carne magra (frango e peixe)…mas ao meu ver, a verdade é que tudo, em excesso faz mal….
    Não importa quão saudável seja alguma coisa, se comermos apenas isso ela não será uma fonte saudável!
    Podemos ver isso em vários estudos, um exemplo clássico é a dose de vinho diária, que faz bem….ou o excesso de chia (alimento amado pela galera fitness), que se consumido em grande quantidade (mais que uma colher de sopa por dia) engorda!!!

    Não importa o que seja….o importante é saber a quantidade que se ingere de cada coisa!!!

    Obs; é lógico que isso tudo na minha opinião!!!

     
  2. Concordo com você Mariana. Acredito que o segredo de uma alimentação é a moderação. Gordura é considerada como ruim, mas a falta dela também pode fazer mal. Vitaminas são essenciais, mas até uma certa quantidade, depois disso também pode ser prejudicial. Enfim, o importante é moderar!

     

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