A tendência de produtos orgânicos começou e ganhou força com os vegetais, frutas e legumes e, logo depois, foi agregado às carnes bovina, suína e de frango, devido ao crescente apelo do consumo consciente. No Brasil e no mundo existe um movimento cada vez mais forte voltado para uma vida baseada em dieta saudável e outro, baseado na sustentabilidade da Terra. Voltado para o complexo da carne, dizer que uma carne é orgânica e certificada, é garantir que a carne foi produzida a partir de um sistema produtivo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. Todo o processo de produção – a criação dos animais, processamento dos produtos, até a chegada nas gôndolas do supermercado – é rastreado, auditado e certificado, assegurando confiabilidade e transparência para os consumidores, e garantindo que a carne é produzida o mais naturalmente possível, livre de resíduos químicos e com proteção socioambiental.
A produção do boi orgânico ao contrário dos tradicionais – que podem ser alimentados com antibióticos e anabolizantes para acelerar a chegada do abate -por exemplo, recebem apenas a ração vegetal, com extratos de orégano, eucalipto e limão. Está baseada em pastos sem defensivos agrícolas (herbicidas e inseticidas) ou adubos químicos e tratamento de doenças com homeopatia, exceto a vacinação contra febre aftosa e brucelose, que são obrigatórias (onde há incidência de raiva, a vacinação é aceita), a carne orgânica chega ao consumidor sem qualquer resíduo de substâncias químicas. Além disso, o certificado de alimento orgânico da a garantia de que todo o processo produtivo cumpre rigorosas regras em relação ao bem-estar dos animais. Ou seja, é produzida com responsabilidade ao meio ambiente, ao bem estar dos animais e social.
Na aparência, a carne orgânica assemelha-se muito às carnes bovinas convencionais. O que difere a carne orgânica em em relação à carne tradicional é o modo de produção, que garante um produto de qualidade melhor. A carne orgânica é produzida em fazendas de criação de gado certificadas, que seguem normas rígidas de certificação orgânica.
A produção de carne orgânica no Brasil apesar de ter um histórico de aproximadamente 10 anos, apenas nos últimos anos que a cadeia produtiva vem sendo explorada comercialmente. A tendência é que fique cada vez mais forte a fim de garantir a demanda do consumidor no quesito segurança alimentar, a proteção ao meio ambiente e a dignidade social. A carne orgânica ainda não é muito conhecida e consumida pelos brasileiros, está em processo de estruturação e consolidação, visto que, a maior prioridade é esclarecer ao consumidor as vantagens deste produto que, de maneira geral, ainda são entendidos como produtos sem agrotóxicos, mas, na verdade, possuem critérios ambientais e sociais importantíssimos em seus sistemas produtivos.
Melina Cais
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como trabalhar com carnes organicas e goiania e formas de armazenamento?
Olá Sergio Fernandes! Obrigada pela pergunta! Espero conseguir esclarecer suas dúvidas…
Ao iniciar um projeto de produção orgânica alguns fatores devem ser observados e levados em consideração:
– Em relação à propriedade (quantidade e qualidade da água, respeitar as leis ambientais, barreiras vegetais);
– Seleção sobre as atividades a serem desenvolvidas, assistência técnica, escolha do tipo de certificação e a certificadora;
– Seguir práticas recomendadas para a produção de carne orgânica;
– Verificar o que é admitidos para produção orgânica bovina;
– Fazer o processo de certificação orgânica individual ou em grupo;
A nova regulamentação permite também a produção paralela, na mesma propriedade, de produtos orgânicos e não orgânicos, desde que haja uma separação do processo produtivo. Também não poderá haver contato com materiais e substâncias cujo uso não seja autorizado para a produção orgânica.
Em todas as etapas do processo de produção, nas perações de armazenagem, transporte e comercialização, deve-se manter a integridade dos produtos e ingredientes orgânicos, aplicando as seguintes medidas:
I – em todo momento, os produtos orgânicos deverão ser protegidos para que não se misturem com produtos não obtidos em sistemas orgânicos e não tenham contato com materiais e substâncias cujo uso não está autorizado no cultivo dos orgânicos;
II – os produtos orgânicos passíveis de contaminação por contato ou que não possam ser diferenciados visualmente devem ser identificados e mantidos em local separado dos demais produtos não obtidos em sistemas orgânicos.
No comércio varejista, os produtos orgânicos passíveis de contaminação por contato ou que não possam ser diferenciados visualmente dos similares não obtidos em sistemas orgânicos devem ser mantidos em espaço delimitado e identificado, exclusivamente ocupado por produtos orgânicos.
Atenciosamente,
Ola Melina, muito bom o artigo.
Somente para complementar, temos dois projetos ativos no Brasil, a carne orgânica do Pantanal sul-matogrossense , comercializada pela Korin e Walmart e a carne do Pampa Gaúcho com o selo Alianza del Pastizal.
Abs !!
oi gente
gostei muito desse site, parabéns pelo trabalho. 😉
Olá, muito bom ver que está fluindo bem sobre esse tema, gostei muito!
Desejo sucesso, parabéns.