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O que mais temos dos bovinos além da carne e do leite?

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Em sua maioria, eles custam menos do que o produto primário, porém possuem utilidades que vocês nem imaginam! A otimização da utilização da carcaça sempre foi um desafio para a indústria de carnes e agora, a melhoria da capacidade tecnológica e mais conhecimento sobre os benefícios dos subprodutos animais têm gerado maior contribuição para o aumento do consumo dos mesmos.  Com a intensificação da produção animal e fornecimento de matérias primas como alimentos e roupas, outras partes do animal vem sendo estudadas e utilizadas na produção de diversos produtos como mobiliário, equipamentos e até mesmo em armas.

Com a introdução do processo de rendering (transformação de restos de tecidos animais em materiais com valor agregado) e outros de extração, foi desenvolvido o uso de carcaças para muitas outras aplicações na indústria farmacêutica, de cosméticos, doméstica e industrial. O desafio para os abatedouros tem sido otimizar e valorizar toda a carcaça do animal.

Farinhas de origem animal
Farinhas de origem animal

Entenda:

Um animal quando entra no abatedouro é desmontado em quatro quartos, que juntos são conhecidos como carcaça e contém os principais cortes nobres e de processamento. A carcaça, ou carne e esqueleto do animal, representa cerca de 60% do peso vivo do gado bovino e cerca de dois terços do peso vivo de suínos. O restante deste peso pode ser dividido nos seguintes grupos de produtos: couro e pele, sangue, ossos, intestinos/invólucros, gordura e miúdos. Estes produtos são conhecidos como subprodutos ou “fifthquarter”, e constantemente ganham valor no mercado pelas milhares e úteis destinações em diferentes indústrias.

Dentre estes subprodutos, alguns são usados para fazer artigos para casas, medicamentos, alimentação e indústriais.  Cosméticos, lixa, filme, botões, couro, cordas de violino e medicamentos são alguns deles.
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Exemplos:

Do esterco é gerado o biogás. Do sangue é produzida a ração para pets. Da vassoura da cauda e dos pêlos são originados os pincéis, vassouras, filtro de ar… Do mocotó são feitos óleos, e graxa, para couro e máquinas.

Dos miúdos são produzidos medicamentos e substâncias hormonais. Dos cascos e chifres são feitos o pó dos extintores e lubrificantes aeronáuticos. Da bile são fabricados remédios digestivos, pomadas para contusões, assim como das mucosas e glândulas se produzem heparina, anti-inflamatórios  e histamina.

Dos ossos que são triturados e cozidos é originada a gelatina. Esta que é usada em muitos produtos que usamos todos os dias, como o filme de câmera, jogos, sorvete, iogurte, marshmallows, e doces de goma.

Do couro do gado são produzidas as roupas, sapatos, artigos esportivos, luvas, cápsulas farmacêuticas,  gomas de mascar.. Da triparia são originados os fios cirúrgicos e as cordas para raquetes.

Do sebo são feitos os ácidos graxos, os quais são utilizados na fabricação de muitos produtos da indústria farmacêutica (glicerina), como cosméticos em geral, batom, shampoo. Pneus, tintas e lápis de cor também tem componentes ácidos graxos em sua composição. O sebo é usado também na formulação de rações para suínos, aves e linha pet, e na originação de biodiesel, já comprovadamente considerada uma alternativa econômica ambientalmente viável.

Sebo
Sebo

Segundo a Embrapa, são cerca de 50 segmentos industriais que dependem diretamente dos subprodutos bovinos.produtos-bovinos

O consumo de subprodutos é crescente e agregar valor é preciso:

Garantir matéria-prima será cada vez mais importante aos processadores. A maior competição e os maiores preços para cortes de carne processada e subprodutos animais estão gerando um impacto para os compradores e processadores. Além do desafio maior em relação aos preços, as companhias são forçadas a obter cortes alternativos para diferentes utilizações características.

Se a substituição da matéria-prima não é possível por conta do impacto na qualidade do produto final, as companhias devem adotar negociações diferenciadas, como por exemplo contratos de longo prazo com fornecedores para estabelecer cadeias de fornecimento garantidas.

Reunir fornecedores e fazer integração com processadores específicos na coleta de matéria-prima é outra alternativa viável para assegurar fornecimento de matéria prima e abastecimento do mercado.

Referências:

Centro de Referência da Pecuária Brasileira

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Agri Beef Co.

BeefPoint

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Mirella Cais

Mestre em Gestão Internacional na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Engenheira Agronôma pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP Jaboticabal). Associada à Biomarketing, TCAinternacional e Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM. Produtora/apresentadora do Programa Agrossociedade a Nova Geração.

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