Carta Aberta à Kéfera

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Achei muito curiosa a sua reflexão sobre como a pecuária está destruindo o mundo.  Spielberg provavelmente interessaria pelo seu roteiro apocalíptico. Mas, é preciso separar a ficção dos fatos, principalmente porque você é uma influenciadora digital.

Ser vegetariano é uma escolha e respeito o seu direito. Você pode utilizar o seu poder de influência para que mais pessoas escolham abster-se do consumo. Mas, que tal utilizar informações verídicas, dados e fatos? Que tal sair do berço esplêndido da fama e visitar centros de pesquisa e inovação que trabalham arduamente para tornar a pecuária mais sustentável e com níveis altíssimos de inovação? Ou visitar os próprios produtores para conhecer o zêlo que possuem com os animais? Há o vilão sim, o produtor tradicional que desmata, que maltrata os animais? Claro, infelizmente ainda existem. Como todo setor produtivo, há quem ainda insista no ultrapassado. Assim como muitas grifes que você talvez vista ainda utilize mão de obra escrava, empresas de cosméticos que fazem pirataria em nosso bioma amazônico e por aí vai. Desconheço um setor que não possua exemplos negativos. Seja no Mundo, ou no nosso país, governado por um Estado corrupto e o lobby de monopólios e oligopólios. Temos que lutar contra isso? Evidentemente. Mas não generaliza-los. A cadeia pecuária do século 21 oferta excelentes iniciativas, como a Carne Carbono Neutro da Embrapa, o crescente uso do Sistema ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), ações do GTPS (Grupo de Trabalho em Pecuária Sustentável), que há 10 anos fomenta as boas práticas produtivas, muitas mulheres envolvidas em projetos nessa linha, startups Agtechs criando tecnologias para menor uso de recursos hídricos, novos tipos de rações que reduzem a liberação de gases, e temos uma nação de pesquisadores produzindo ciência embasada e aplicável para suportar todas estas inovações. E sabe o que todas estas iniciativas possuem em comum? O bem estar animal. Inclusive este é um dos temas presentes em todos os eventos, onde todos os agentes do setor se reúnem constantemente, de Norte a Sul do país, não só para comercializar os animais, como você citou, mas na incessante busca de aprimoramento.

É complacente seu carinho com os animais. Compartilho do mesmo. Por isso meu trabalho consiste em aproximar os consumidores de carne das iniciativas positivas. Se tivermos um consumidor empoderado de informações, a assimetria de informação diminui e ele pode fazer uma escolha mais próxima da ótima. Traduzindo, informação é poder, com ela temos um consumidor que escolherá de forma mais consciente o combustível do carro, a roupa que veste, o café que o acorda e a carne do almoço. Ou, evidentemente, poderá optar por não consumi-la, após analisar com consciência a decisão e não faze-la apenas com base em achismos, modismos ou que uma influenciadora digital compartilha em seu feed.

Posso te dar uma dica? Utilize toda a sua influência para apoiar a pesquisa e inovação em tecnologias sustentáveis. Como comentei, temos uma vasta nação de pesquisadores e empreendedores que carecem de fomento, seja financeiro, ou do próprio apoio da sociedade, esta que muitas vezes desconhece a sua existência. Utilize sua rede social com mais de 12 milhões de seguidores para algo de impacto positivo.

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Juh Chini

Mestre em Gestão Internacional na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Economista na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ-USP). Fundadora do Blog da Carne, Líder de Inteligência de Marketing na @Tech, viajante, palmeirense e apaixonada por churrasco, família, amigos e uma mesa de bar. "A vida é a arte do encontro!"

1 comentário

  1. Parabéns Ju, excelente texto “!!!!!! Vamos divulgar aos 4 ventos !!!!
    Abraço !!!!!!!!!!!!!!

     

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